Dia do Patrimônio
Público comparece e lota prédios históricos
Curiosidade em torno dos prédios históricos e atividades culturais motivou os visitantes que movimentaram os locais
Jô Folha -
O belo dia de sol e céu azul, com temperaturas em torno dos 23º, foi propício para que os centenas pelotenses e não-pelotenses aproveitassem as atividades do Dia do Patrimônio neste sábado (18). O público movimentou os casarões da volta da praça Coronel Pedro Osório e também participou de atividades além do centro histórico. Alicerçada no tema Pelotas Imaterial: Saberes, Fazeres e Ofícios, a sexta edição do evento começou na sexta-feira (17) e se estende até este domingo (19), com programação cultural gratuita.
A sexta-feira foi, mais uma vez, exclusiva dos estudantes, projeto do Circuito Pedagógico, que este ano movimentou 36 escolas do município e do estado, além do Louis Braille e do Centro de Atendimento ao Autista. Cada instituição de ensino pode levar mais de uma turma, com prioridade aos quartos anos do Ensino Fundamental, ao total 1.070 estudantes conheceram o patrimônio edificado, que pertence ao
Conjunto Histórico tombado em maio pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
"Essas crianças participaram do circuito e levaram para casa conhecimentos sobre o patrimônio", comemorou a gerente do setor de Manifestações Especiais da Secretaria Municipal de Cultura de Pelotas (Secult), Helenira Brasil Dias. Além dos mais novos, este ano o Circuito Pedagógico também foi aberto para estudantes do Magistério e da Educação Infantil.
O secretário de Cultura, Giorgio Ronna, comemora a participação das escolas especiais, a nova atração, as casas geminadas 1 e 3 da praça e o oferecimento de atividades como a oficina de crochê no Ateliê Giane Casaretto, que se encaixam perfeitamente no espírito desta edição, que aborda a transmissão dos saberes. "O Dia do Patrimônio está mais inclusivo."
Curiosidade
Uma das novidades deste ano foi a inclusão dos casarões geminados 1 e 3 da praça Coronel Pedro Osório. Os prédios despertaram a curiosidade de quem participou do Dia do Patrimônio. As casas construídas entre 1911 e 1912 pertenceram Judith e Francisca Augusta, filhas do Barão de Jarau, Joaquim Augusto de Assumpção, que as presentou com o patrimônio.
Os dois prédios estiveram fechados para reformas depois que foram comprados há cerca de nove anos. A pedagoga Marta Beleia Tuche, 46, fez questão de conhecer os casarões que tanta curiosidade lhe despertavam. "Lindo e é maravilhoso poder ter acesso", comentou.
No ano passado Marta participou do Dia do Patrimônio como facilitadora na prefeitura. "Também é ótimo porque a gente conhece mais sobre aquele prédio."
Outro prédio muito visitado foi também o Casarão 6 da praça, onde está o acervo do Museu Etnográfico da Colônia Maciel. A casa que abrigava o material sofreu graves danos depois de um temporal, por este motivo o Museu ganhou um novo espaço desde o ano passado. "Foi feito um projeto, pela arquiteta da prefeitura, de restauro orçado em R$880 mil, agora estamos entrando em editais para concretizar o projeto", disse o museólogo Marcelo Lima.
Feliz com sucesso do museu nesta edição, Lima contabilizou até a tarde deste sábado 1.100 visitantes cerca de 200 a mais do que o número de visitas recebidas nos três dias do evento em 2017 . "Normalmente chegamos a 100 visitas por semana."
A aposentada Rosana Evangelista, 51, aproveitou o dia para rever o acervo. "Eu já conhecia o museu da Colônia Maciel, mas não aqui", conta. A visitante pelotense elogiou a condução da visita pelos mediadores. "Fui muito bem recebida. Eles esclarecem tudo. "
Visitas de fora
No Casarão 2, onde funciona a Secult, dois casais conheciam o interior dos casarões pela primeira vez. Luiz Paulo Valli, 67, gerente bancário aposentado, acompanhado pela mulher Jussara Alves Branco Valli, 65, e a neta Olivia, 2, estava admirado com o que via. Natural de Santa Vitória do Palmar, Valli contou que veio com a família morar em Pelotas em 1957, quando os casarões eram ocupados por famílias herdeiras.
Como bancário residiu em várias cidades e só há quatro anos voltou a morar em Pelotas. "Ainda não tinha tido a oportunidade de matar a curiosidade. É muito gratificante."
De Porto Alegre, o casal Carla Alves, 55, e Pedro Weber Backes, 53, veio especialmente a Pelotas neste final de semana para aproveitar a programação do Dia do Patrimônio. Carla, que é servidora pública e faz mestrado em Memória Social e Bens Culturais, disse que passou pelo município há 20 anos, e ficou encantada com as edificações históricas. "A questão cultural de Pelotas e a preservação de tantos prédios sempre me chamou atenção, vimos que uma reportagem sobre o Dia do Patrimônio e resolvemos vir", contou ela que estava sendo ciceroneada pela mestre griô Sirley Amaro.
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